top of page
  • 81a8ea_89062f8adadf430c99da155ab17cbe2f_mv2_edited
  • IP Tech Lab
symbol.png
Search

Taxa de conveniência: expectativa X realidade

Writer's picture: IP.TECHLabIP.TECHLab

Updated: May 13, 2021


Sabe aquelas "taxas de conveniência" que são cobradas quando você compra pela internet ou por um aplicativo ingressos de shows, eventos, inscrições em cursos ou competições esportivas? O que elas são de fato? Juridicamente, elas podem ser cobradas?


Se o site diz que o ingresso custa 100 reais, o valor total da compra deve ser 100 reais, e não 115 reais, por exemplo. Se você só pode finalizar a compra pagando esses 15 reais a mais referentes a tal taxa de conveniência isso pode ser caracterizado como venda casada, o que é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor ("CDC"). Dizer que o valor é x quando na verdade o valor final será x + y viola vários princípios do direito do consumidor, tais como o princípio da boa-fé objetiva e da vulnerabilidade.


Não é a toa que no último dia 12 de março, o STJ decidiu pela ilegalidade das cobranças de taxas de conveniência nas vendas de ingressos de shows e eventos pela internet. Os ministros entenderam que a conveniência de vender um ingresso antecipado pela internet é do produtor do evento, e não do consumidor.


Embora o consumidor pareça ser muito beneficiado com a possibilidade da compra online e antecipada, conseguindo, através de alguns cliques se programar para o evento sem sair do sofá de casa, na realidade ele acaba assumindo um débito que é de responsabilidade do fornecedor (produtor ou promotor do evento) pagando a tal taxa de conveniência ao intermediário da transação (site ou aplicativo que efetua a venda via internet) enquanto quem deveria arcar com o custo referente a venda do ingresso (de forma offline ou online) é o próprio fornecedor.


Parece que os consumidores vêm sendo enganados há um bom tempo acreditando que a conveniência é só deles, quando, na verdade, conveniente mesmo é repassar o risco da venda a um intermediário, e o custo da mesma ao consumidor.


É revoltante ver que em plena era digital os fornecedores esqueçam que os direitos conferidos no ambiente offline também se aplicam no universo online.




59 views0 comments

Recent Posts

See All

Comments


bottom of page