Nesta quarta-feira (24/07/2019) estivemos no festival de inovação Whow! que contou com diversas palestras envolvendo, dentre outros assuntos, muita tecnologia e inovação. Uma das palestras tratou das cidades inteligentes e da mobilidade urbana, dois assuntos interligados que são de extrema importância para o futuro do mundo, seja no aspecto ambiental, econômico ou propriamente da inovação.
A palestra explicou, sobretudo, o que são as "smart cities" e como a mobilidade urbana está se tornando cada vez mais inovadora. As cidades inteligentes podem ser definidas pela maneira como o uso da tecnologia beneficia consideravelmente a infraestrutura urbana, colaborando para que os centros urbanos sejam mais eficientes e para que a qualidade de vida da população seja melhor. São Francisco, Singapura e Copenhague são exemplos desses centros tecnológicos. Para auxiliar no entendimento do conceito de cidades inteligentes, o IESE Business School, da Espanha, criou o Cities in Motion Index, que dispõe 10 critérios para indicar o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano, economia e mobilidade e transporte.
A questão é: o que fazer para se tornar uma "smart city"? O processo para essa conquista não é fácil, mas sim lento, caro e burocrático. Além da complexidade na construção de uma cidade integralmente conectada e do aporte financeiro necessário para construí-la, o Poder Público precisa enxergar a tecnologia como um investimento em mobilidade e infraestrutura urbana. Além disso, o mindset dos cidadãos também é um item essencial para construir uma cidade inteligente. João Pedro Novochadlo, fundador da Veever (startup brasileira que facilita a locomoção e interação de deficientes visuais), comentou na palestra sobre a presença de quatro cidadãos para fazer a inovação em mobilidade acontecer: "Existe o cidadão explorador, que está ali e explora a cidade e encontra problemas; o cidadão idealizador, que pega os problemas e cria soluções para isso; o cidadão designer, que pega a ideia, a exploração e desenvolve; e o cidadão difusor, que pega isso e coloca para funcionar". Estamos precisando de mais cidadãos como estes!
No Brasil já estão sendo criados programas do governo com estratégias de fomento a cidades inteligentes. João Alves, CEO da Engebras, comentou que a tecnologia utilizada pelos radares, por incrível que pareça, não serve apenas para multar. O sistema capta informação de todos os veículos, não somente daqueles que estão cometendo infrações, e, portanto, através do conteúdo captado é possível saber o comportamento de uma determinada via, o fluxo e fluidez trânsito e até identificar possíveis casos de assaltos ou sequestros. Segundo Alves, o sistema já conta com integração para notificar a polícia em apenas alguns segundos de suspeitas de assaltos nas rodovias. Assim, a integração de um sistema já instalado ao redor do país com outras soluções do governo é essencial para tornar as nossas cidades mais inteligentes.
De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2030 cerca de 20% das novas vendas de veículos serão elétricos. Esse tipo de veículo não só não poluirá como também poderá ser carregado em fonte de energia renovável. Ecológico e mais barato! Como vimos, as soluções pra isso já existem. Agora deve ser colocada em prática para que as mudanças comecem a surtir efeito no meio ambiente e no bolso dos cidadãos.
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